quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Metáforas paraquedistas

Eu me vi lá no alto, na beirada. Não sabia se me jogava, se descia pelas escadas, ou se ficava parado por lá esperando acontecer alguma coisa.

Mas a real é que a gente nunca decide o que fazer nessas situações.

Eu já voei tanto, caí tanto e doeu tanto que nunca mais pulei de grandes alturas. Esse período me serviu para cuidar e praticamente reconstruir minhas asas machucadas.
Na verdade ainda não sei se estou pronto. Na verdade eu já não sei, também, nem se meus pés ainda estão no chão.

A primeira providência para voltar a voar seria achar condições propícias para um vôo seguro, ao contrário dos meus vôos anteriores. E essa etapa eu já pulei.
É por consequência desse pulo que minha cabeça recebe diárias e inconscientes doses de "você não pode pular!".
Que sina de só querer lugares difíceis para voar. A culpa não é minha, juro! Tudo estava tranquilo quando cheguei. O tempo virou e eu não pude fazer nada, mas, ainda assim, resolvi ficar fiquei.
Afinal, apesar das condições adversas, eu senti e sinto certa segurança, além de ter adorado o novo local.

Foi aí que eu me vi lá no alto, na beirada, e não sabia se me jogava, se descia ou blá blá blá.