segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ao final do corredor à esquerda

A escuridão, o silêncio da música terminada, o conforto.
Uma luz vermelha-piscante marcando o horário errado, um barulho chato de crianças brincando e gritando em algum lugar, o desconforto.

Um lápis, um caderno, uma barba coçando implorando o próprio fim, um olho seco suplicando por mais uma gota de colírio.

Um aparelho de som desligado, confusão, um instrumento musical não tocado, confusão, uma carteira de motorista não usada, confusão, uns trabalhos não aproveitados, confissão.

Uma caneca de cerveja: vazia. Uma praia paradisíaca: em um quadro. Uma porção de CD's: ruins.

Um boné, um óculos, uns sacos plásticos jogados, umas roupas coloridas espalhadas. A bagunça mental.
A dúvida, o medo, a incerteza sobre as conclusões e sobre a (in)capacidade de julgar o que é, ou não, melhor. A bagunça material.

Um texto cheio de artigos indefinidos.
Uma cabeça cheia de situações indefinidas.

A janela aberta, as paredes claras, a porta fechada, a cama macia e, principalmente, ocupando o maior espaço,

a ausência dela.

Tudo isso no mesmo quarto.

domingo, 3 de agosto de 2008

Pensamento perturbado

Sempre que eu penso demais
penso que não deveria estar pensando e,
pensando assim,
faço coisas sem pensar,
afinal
quando penso demais
desisto de fazer o que tinha pensado.
Por isso,
desde então,
desisti de pensar.
Mas...
Pensando bem,
nunca há o que pensar.
Só há o que fazer.

Ou então não tem nada a ver, sei lá, só pensei nisso...