quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eutanásia

Livre-me do mal, que tal? Cure-me do desconforto que morto não sente dor. Pare minha fome e retome sua vida. Agrida com vitória quem só me faz ferida. Deixe-me ser dominada, já que dela não escapa nada. Não tem jeito, já tá feito. Doença maldita que me leva à escuridão. Não, não peça perdão. Melhor assim. O fim não é pior que esse meio. O alívio é melhor que o receio. E é assim que eu me recolho. Se insiste, me olha no olho. Não posso falar, mas sei demonstrar. Neste brilho, como de uma mãe para um filho, está sua absolvição. Não se preocupa. Não bota a culpa em ninguém, pois quem poderia evitar? Mas não me deixa te ver chorar! Não me dá mais esse castigo. Esse fardo, amigo, é meu. Mas valeu! Estarei para sempre contigo. E me carrega sempre na memória. Toda história que construímos... e como nos divertimos! Agora, tenta dormir. Amanhã já quero partir. E terá que assinar um papel que vai garantir minha ida pro céu. Seja forte, meu rapaz. Pode crer: ficarei em paz. Quando o líquido me invadir, segura bem a minha mão. Minha visão vai diminuir e não quero ver ou sentir sua lágrima caindo. Estarei indo. Cuida da sua mãe e da minha. Elas eram o mais importante que eu tinha. Fica bem aí desse lado. Eu só posso dizer obrigado. E quando der, por favor, sorria. Vai acabar a minha agonia.











dedicado à minha gata Faísca que, há dois meses, partiu rumo a Gatópolis.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Jesus Cristo is now following you on Twitter!

Ele voltou. No século XXI. E justo no Brasil.

Voltou e demorou para aparecer, pois precisava de um plano para provar pra humanidade que ele era Ele mesmo. Ninguém nunca entendeu direito esse plano, mas ele conseguiu. Todos sabiam que aquele era Jesus. Foi um plano divino, afinal.

Na TV brasileira foi um fenômeno.
Participou do Big Brother e foi recordista de vitórias em provas do líder. Ganhou todas que participou! As provas de resistência foram sua especialidade. Para dar graça à competição, Boninho criou, então, uma nova regra que proibiu 5 lideranças consecutivas. Com isso, o novo líder indicou Jesus para o Paredão e o público exigiu a eliminação do líder, acusando-o de “novo Judas”. A produção do programa acatou. Jesus ganhou o reality e doou o prêmio.

Foi no Domingão do Faustão pra falar de sua participação e acabou indo às lágrimas no Arquivo Confidencial. Deu entrevista pro Jô, que insistiu na piada de dizer que eles eram xarás, pois seu nome era "Joshuares". Fez crescer cabelo na cabeça do Derico e transformou a água da caneca do Jô em vinho.

Recusou assinar contrato fixo com qualquer emissora e participou também da Fazenda. Amou todos os animais de lá como a ele mesmo e ressuscitou um bezerro. Ganhou fácil também.
Bem-humorado, participou do Pânico na TV e obviamente levou pra casa o carro de passeio do Amilcar na prova de andar sobre as águas.

Seu Twitter passou a ter mais seguidores que o Twitter da Lady Gaga, do Marcelo Tas, do Luciano Huck e do Mano Menezes juntos. E o número aumentava absurdamente a cada dia. Os cristãos, todos, queriam criar uma conta no microblog só para seguir o @JesusCristoOficial que, não só tinha o selo de Verified Account, como também o de Jesus’ Account. Seu nome ficou o tempo todo nos Trending Topics, que frequentemente também tinha as hashtags #elevoltou, #eujasabia, #aleluia e #perdao. Seus tweets contavam de forma descontraída as suas impressões sobre o mundo de hoje. O único problema, no entanto, é que indiretamente ele provocou o milagre da multiplicação de baleias. O servidor do Twitter não aguentou e entrou em colapso.

No Facebook, Jesus ostentou a maior e mais organizada Farmville do mundo. Em seu mural, testes do Quiz Planet revelaram que seu nível de maldade era 0%, que se ele fosse um filme do Kubrick ele seria o “Glória Feita de Sangue” e que em uma suposta vida passada ele teria sido um camponês medieval. E milhares de pessoas “curtiram” tudo que ele publicou.

Jesus também criou um Formspring, pra sanar as dúvidas da população mundial. Sensato, não exibiu perguntas pessoais, mas fez questão de responder por e-mail aos curiosos desesperados. Dentre as perguntas que mais se destacaram, estavam: “O Toninho do Diabo te incomoda?”; “O que o Senhor tem a dizer sobre o Santo Prepúcio?” e “O Corinthians vai ser campeão da Libertadores?”.

A Igreja foi a única instituição que não reconheceu Jesus como Jesus, apesar de sempre terem cravado sua volta. Não seria interessante pra eles, visto que o próprio Cristo não se vinculou à religião alguma e criou um novo conceito para religião. Na política, também não se envolveu. Disse ao CQC que pegou raiva depois que Pôncio Pilates e Harodes Antipas o sacanearam. Gentili brincou dizendo que não mudou muita coisa de lá pra cá.

Foi convidado a dar o pontapé inicial na partida final da Copa do Mundo, que teve toda sua renda destinada a pessoas carentes. O jogo foi entre Brasil e Argentina. O jogo começou e Jesus logo teve que voltar ao gramado, 38 minutos depois, solicitado pela equipe médica. O principal jogador brasileiro estava no chão, com o joelho estourado e Cristo o curou apenas pondo a mão sobre a patela do camisa 10. A torcida cantou: “Há, há! Hu, hu! A mão de Deus é nossa!”

No final do ano, de novo na Globo, o cantor Roberto Carlos, com um impecável terno azul, fez emocionado o melhor especial de sua vida. E quando cantou “Mas meu amigo, volte logo. Venha ensinar meu povo que o amor é importante. Vem dizer tudo de novo.”, Cristo entrou triunfalmente no palco e, juntos, encerraram o show com a canção: “Eu voltei, voltei para ficar..."

E foi numa tarde de sábado que ele convocou jornalistas do mundo inteiro – e ele tinha aprendido a falar todas as línguas muito bem, conselho de seu amigo João Paulo II – para uma coletiva de imprensa. Disse que o mundo não tinha muito jeito mesmo, que o juízo final começaria em 3 meses e que, nesse período, iria para os Estados Unidos treinar MMA para o derradeiro combate corporal com o Anti-Cristo. Ganhando ou perdendo, o planeta seria castigado com diversos desastres naturais por 7 anos, mas um disco voador livraria os bons do suplício. Após seu pronunciamento, vestiu sua jaqueta de couro, subiu em sua Harley Davidson e voou até sumir nas nuvens.

E depois disso, nunca mais apareceu.
Mas o twitter voltou a funcionar normalmente.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Perfídia

Bola 8 na caçapa do meio, cantou sua última tacada. E venceu.

Uma última golada na cerveja, matando quase todo o copo americano. “O sabor da vitória”, disse erguendo seu copo, desmerecendo a atuação da dupla adversária, que perdeu o jogo para um só homem.
Seu primo, companheiro de sinuca, não estava lá, havia dito que estava doente e não poderia sair de casa.
Recusou outro jogo. Recusou outra cerveja. Queria estar sóbrio.
Foi até o dono do bar, velho conhecido, e pediu para que pusesse a garrafa consumida na conta. Sem problemas.
Com ele, nada de dinheiro. Apenas seu RG e um presente que seu tio lhe deu.
Despediu-se de todos e tomou direção contrária à sua casa. Pra quê voltar pra casa, se sua mulher não estaria lá, afinal?
Ela havia dito que passaria a noite na casa de sua mãe, pois ela não estava bem.

No caminho, passou por um campinho. Desses que só se encontram nas periferias da cidade e mesmo assim estão cada vez mais escassos. Algumas crianças terminavam o futebol. Já era noite. Parou para observar e sentiu saudade de quando era moleque e jogava bola com o primo, o mesmo da atual parceria na sinuca, em um campinho muito parecido, até o anoitecer.
Uma das crianças do time que havia vencido o jogo, feliz e aliviada como se tivesse tirado um peso imenso das costas, comemorava cantando:
“Olha o passo do elefantinho. Olha como ele é bonitinho.”

Seguiu em frente.
Passou por um prostíbulo sujo do bairro. Olhou para a meretriz que estava na porta, uma mulher loira que visivelmente já não gozava da juventude, usando roupas que visivelmente não gozavam do bom gosto. Lembrou de algumas das vezes que havia adentrado aquele estabelecimento. Os porres que lá tomou, as garotas com quem se divertiu e o dinheiro que ali ficou. Isso, é claro, antes de se casar e se tornar um homem direito.

Virou a esquina. Caminhou por uma rua escura e estreita, com postes que ocupavam quase toda a calçada e caixotes jogados que faziam qualquer pedestre desviar, tendo que passar pelo meio da rua. Isto é, se existisse algum outro pedestre com coragem o suficiente de passar por aquela rua tão sombria e aterradora.
De um lado, algumas fábricas já vazias e sem funcionamento. Do outro, um muro, bem longo, separando o asfalto do mato e que só terminava na lateral da única casa da rua.
Uma casa sem vizinho nenhum.
Era lá o seu destino.

Ao se aproximar, viu que a única luz acesa daquele lar era a do andar de cima.
Subiu em cima do muro do matagal, passou pro muro da residência e pulou para dentro do quintal dos fundos. Conhecia muito bem aquela casa, tão bem que tinha certeza que a porta da cozinha estaria aberta. Estava.

Entrou. Tudo escuro. Não fez barulho nenhum.
Foi até a sala. Sem enxergar nada. E sem fazer barulho nenhum.
Chegou na escada. Subiu devagar. Não fez barulho nenhum.
Andou pelo corredor. Lentamente. Barulho nenhum.
Com a mão esquerda, girou e empurrou a maçaneta.
Com a mão direita, sacou o presente de seu tio.
E deu dois tiros.
Um no peito de sua mulher.
E um na cabeça de seu primo.

Jogou a arma sobre a poça de sangue.
E saiu pela porta da frente.

Na rua escura, andava de volta para casa e assobiava:
“Olha o passo do elefantinho. Olha como ele é bonitinho.”

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dorme, dor

Dorme
Descansa os olhos cansados de chorar
Deixa que ponho tudo em seu lugar
E quem sabe eu possa te fazer rir
Quando o sol voltar a se abrir

Dorme
Que amanhã será um novo dia
E se não voltar tua alegria
Essa tua amarga agonia
Ganhará a minha companhia

Dorme
Com os anjos, se tiverem respeito
Enquanto construo aqui nossa casa
E se um não proteger-te direito
Eu vou lá e arranco-lhe a asa

Dorme
Que essa dor pode não ter passado
Mas eu tenho um favor a pedir
É que eu quero estar bem ao teu lado
Quando tu acordar e sorrir.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O jardim

Era novembro, mas fazia frio. Maluquices do tempo.
Aquele senhor voltava do bar com seu maço de cigarros no bolso, motivo de sua coragem para enfrentar o vento úmido. No caminho de volta, sentiu o sol amenizando a baixa temperatura e iluminando sua cabeça quase completamente desprovida de cabelos. Talvez fosse melhor aproveitar aquele sol. Morava sozinho, era divorciado e seus filhos já eram casados. Não havia motivo para voltar pra casa tão rápido. Resolveu, então, caminhar pelo bairro onde viveu toda sua vida e manter a orientação de seu médico, de praticar algum tipo de exercício, mesmo que seja uma caminhada pelo bairro.
Passou pela banca de jornal, por onde sempre passava.
Passou pela praça das crianças, por onde sempre passava.
Passou pela tinturaria, por onde sempre passava.
E parou por ali, onde sempre parava. Daquele ponto em diante começava uma rua mais estreita e, a pé, ele nunca seguia. Não por qualquer motivo de segurança - o bairro era mesmo muito tranqüilo, como cidades minúsculas do interior - mas sim pelas lembranças.
Até mesmo quando dirigia e era obrigado a passar por ali por qualquer motivo, evitava a todo custo reparar nos detalhes da rua, das casas. Ignorava. Agora não mais dirigia e não precisava ir longe de seu lar para comprar o que quer que fosse. Portanto, por ali ele não passava.
Aquela tarde, porém, não era uma tarde comum.
Não só pelo frio com vento úmido e céu aberto no mês de novembro. Alguma coisa, que jamais alguém poderia explicar, tomou posse daquele senhor e ele seguiu em frente.
Seguiu pela ruela que há anos evitava. E seguiu reparando em tudo. Nas casas, nos postes, no comércio.
A sapataria ainda estava lá, mas a lojinha de doces agora era uma papelaria, a marcenaria era agora um escritório qualquer e o espaço onde antes havia a maior casa da região, agora abrigava um prédio com apartamentos apertados. Talvez as lembranças do comércio daquela pequena rua estivessem embaralhadas, talvez não fosse exatamente assim.
Mas no fim da rua existia uma casa com um portão branco, que sempre foi branco e, esta casa sim, ele jamais iria esquecer.
Avistou de longe. Pensou em recuar, mas já estava ali. Aproximava-se lentamente e a cada passo que dava em direção ao portão branco, sentia seu coração bater cada vez mais forte.
Chegou. O número 640 seguia firme pregado na parede além do portão. Já a tintura da casa não resistira ao tempo e deixava a casa acinzentada.
Que bobagem, pensou. Com tanto tempo a casa deve ter sido pintada e repintada dezenas de vezes. Apesar do cinza, a casa tinha um aspecto alegre e isso se devia ao fato de que havia, entre o portão e a parede, um lindo jardim. Um jardim que antes não existia. Pelo menos, não em sua memória.
Não podia contar quantas rosas existiam ali. Havia outras flores também, mas ele só conhecia as rosas.
Ficou ali, parado em frente àquela casa e admirando as flores, quando de repente foi interrompido por um susto. A porta se abria.
Por ela saiu uma senhora, cabelos grisalhos, vestido florido e um regador na mão. O coração do senhor que havia se aquietado, voltou a acelerar. Seria ela?
Ela não o notou e começou a cuidar de seu jardim. Enquanto regava e cortava algumas flores, ele teve tempo de notar seu rosto e ter certeza. Era ela! E ela o notou.
-Pois não?!
Ele não respondeu. Ela então se aproximou. Olhou nos olhos daquele senhor e o reconheceu.
Aquela não era uma tarde comum.
-Jorge?
-Oi, Lúcia.
-Você... O que você... Oi! Quanto tempo! Você... – ela não conseguia achar as palavras. Nem sabia quais palavras procurar, tamanha surpresa. E ele sorriu, contente por ela ter se lembrado dele e porque achou engraçado a forma como ela não conseguia formular a frase. Ela então parou de gaguejar e sorriu também. Abriu o portão e saiu na calçada para conversarem.
-O que você faz aqui? – conseguiu perguntar.
-Eu estav... eu decidi que... eu... – a gagueira havia passado para ele. – na verdade meu médico disse que seria bom eu fazer caminhadas e resolvi passar por essa rua para chegar no outro bairro e parei aqui pra ver a sua casa e me encantei com as flores.
-Mas... Mas você nunca mais apareceu.
A ênfase que ela deu no “nunca mais” tinha explicação. Quando eram bem jovens, antes mesmo de fazerem 20 anos, eles eram namorados e apaixonados. Em uma época em que se namorava praticamente escondido e que nem em sonho ele poderia atravessar aquele portão branco e por vezes, por esse motivo, iam namorar na sorveteria e depois se sentavam na calçada da marcenaria, olhando para a casa grande e sonhando em um dia comprá-la para casarem e criarem lá seus filhos.
Mas a vida tomou outros rumos. Casaram-se com pessoas diferentes e nunca mais se viram, pois as lembranças causavam, aos dois, um certo sofrimento, uma angústia e uma frustração de saber que aquele romance havia sido interrompido.
-Você também não apareceu.
Ela não respondeu.
-Fiquei sabendo do seu marido... Eu sinto muito.
-Tudo bem, já faz tempo. Encontrei forças nas minhas filhas. Foi uma delas que te contou?
-Não, na verdade eu nem as conheço. Mas seu neto contou para minha neta e ela me contou.
-Engraçado eles se conhecerem, né?
-É... Mesmo colégio, mesma idade, mesma classe... É engraçado.

Os dois se olharam e sorriram novamente.
-Parabéns pelo jardim! – ele cortou o breve silêncio.
-Obrigada. – Sentiu que ia dizer algo importante - Cuido dele há 50 anos.
-Puxa!
– exclamou percebendo se tratar de muito tempo, mas sem fazer as contas - Cuida muito bem. Antes não havia nada, né?
-Não. Eu comecei a criação com uma rosa. Aquela rosa. Aquela que você me deu, pouco antes de terminarmos, lembra? Hoje virou isso.

Ele não conseguiu falar nada. Seu coração, que havia se aquietado, voltou a bater mais forte.
-Desculpe! Nem te convidei para entrar e tomar um café. Vamos?
E lá estava ele, pela primeira vez, atravessando o portão branco.
Aquela, definitivamente, não era uma tarde comum.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Por mim

Por ter me agüentado 9 meses pesando em sua barriga.
Por ter agüentado, pela terceira vez, um bebê chorando quase toda noite e te acordando, precisando de cuidados.
Por ter agüentado 10 anos uma criança chorona que não gostava de ir pra escola.
Por ter agüentado uns 3 anos de pré-adolescência rebelde, mal-criada.
Por ter agüentado mais tantos anos de adolescência, com tantos problemas que qualquer adolescência traz.
Por ter ajudado a me transformar no homem que sou hoje.

Pelo carinho, pelo amor, pelo respeito.
Pelos colos cedidos, pelos cafunés, pelos sorrisos.
Pelas conversas que tivemos, pelas conversas que não tivemos, pelas conversas que vamos ter.
Pela paciência, pela tolerância, pela confiança.

Pela preocupação comigo, pela preocupação com a família, pela preocupação com a nossa falta de preocupação. Pela sua tranqüilidade. Por ser nosso ponto de equilíbrio.
Pela personalidade forte, guerreira, insistente e inquieta que eu tento me espelhar.
Por tudo que me ensinou e pela inteligência espiritual que transmite.

Por não desistir de mim, mesmo quando dou motivos para isso.
Pela força que me deu nos momentos difíceis. Pelas lágrimas derramadas ao entender meu sofrimento.
Por ficar ao meu lado.

Até mesmo pelas nossas brigas, que me fizeram perceber que não sou absolutamente nada sem você.
Por ser quem você é.

Por tudo isso e muito, muito mais:
Obrigado, mãe.

Amo você eternamente.
Feliz dia das mães.