Era linda.
Naturalmente loira, belíssimos olhos esmeraldinos, boca expressivamente chamativa e corpo de modelo.
Encantava qualquer um com sua simples presença. Homens, rapazes, senhores, senhoras, mulheres, crianças... Todos se viam cativados por ela.
E, de uma maneira inexplicável, era capaz de compensar, sem perceber, a estima e o valor que todos tinham por ela. Como se seus olhos vissem sua própria imagem em cada um que se hipnotizava na imensidão verde daquele olhar.
Então ela amava. Amava de verdade, de corpo e alma, como se não houvesse amanhã. Amava os amigos, amava os tios, primos, irmãos. Amava os cachorros, os professores, as árvores condenadas.
Amava Pedro, Marcelo, Ricardo, Rodrigo, Daniel...
Dividiu seu incalculável amor pra tanta gente que esqueceu de amar alguém muito importante: ela mesma.
Em sua cabeça, aquilo era tão natural que nem se dava conta das confusões que se metia. Ingênua, pensava que todos eram como ela, que o amor de todas as pessoas era incalculável, incontrolável, insaciável e que não haviam barreiras, fronteiras ou limites para amar outro alguém.
Porém, tudo começou a se perder.
Quando aqueles começaram a perceber que a garota, por quem dedicavam cem por cento do amor que possuiam, amava outros com a mesma intensidade, um a um foram dando um jeito de desprezá-la ou odiá-la, tirando-a assim de suas vidas.
Ela não tinha culpa. Ela não era uma pessoa ruim, pelo contrário. Ela nem sabia o que acontecia...
No entanto, sentia como uma facada o ódio e o desprezo que agora lhe era imposto.
Tinha tanto amor pra dar e agora ninguém mais pra receber.
Não entendia. Não merecia. Não tinha mais chão.
Desesperada, gritou de raiva a todas as pequenas coisas da vida que sempre amou. Agora, não via sentido algum.
Enfim, entendeu e reconheceu: amava com tanta intensidade por puro medo de não ser amada. E ali estava... Abandonada, sem ninguém e sem amor. Sucumbiu.
Matou-se a menina que amava demais.
Paranormalidade em construções modernas
Há um dia
6 comentários:
A despeito do fim trágico, essa história é muito mais comum do que parece...acho, inclusive, que ela é, em certas partes, comum a todos nós...
mas o amor é um sentimento tão confuso que é impossível esperarmos que nos amem da mesma forma que amamos...até porque isso é impossível se considerarmos que cada um de nós entende o amor de um jeito...
Concordo com o Vitinho, eu acho! o.O
Isso é meio o que acontece com cada um de nós, em algum momento ou a vida toda...
Esses assuntos são TENSOS.
tchelo, vc assistiu a bela junie?
a história me lembrou muito o enredo do filme...gostei do seu blog, vc devia ter me mandaod antes =)
bja, te amo pacas!
Caramba... une essa história àquela minha música do cara que se mata e precisaremos de terapia!!
Sempre que quero entrar em depressão venho aqui e dou uma lidinha no último texto. hahaha CREDO!
É, o amor é complicado. Cada um sente de uma forma, e esperar que alguem o ame do mesmo jeito que vc ama essa pessoa, é danations.
Um texto quente querido.
bjokas.
Postar um comentário