quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Trincheira

Combatentes, um aviso: não vão me ferir.
Hoje encaro a guerra de outro modo. Não mais me exponho como antes. Quantos tiros tomei em meu peito? Sinceramente, não sei como sobrevivi.
Carrego um escudo pesado. Mas não o solto por nada. Meu capacete está apertado, não vai cair da minha cabeça caso eu me mova. Sozinho, cavei uma trincheira profunda e muito segura.

Não me chamem de covarde. Ou chamem, se assim considerarem. Eu não me importo. Aprendi a atirar e no primeiro sinal de perigo não tenho piedade em matar quem pode me ferir. As cicatrizes são visíveis e me lembram o tempo todo do perigo que corro a cada batalha. Mas não me retiro, apenas me protejo.

Sei que me meti em um buraco tão fundo que não sei se posso sair para ver o sol. E às vezes penso que se o inimigo aparecer enquanto me distraio e disparar fatalmente em meu peito, tanto melhor. Acabaria com meu desconforto e as cicatrizes não fariam qualquer diferença. Às vezes torço pra isso.
Mas minha experiência no campo de batalha me diz claramente: não iriam me matar, somente me ferir. Logo, me protejo mais e faço disso um ato impossível.

Se não for fatal, ou seja, para sempre, que assim seja, portanto. Que minha trincheira me esconda, que meu escudo me ampare e minhas armas não falhem contra esse inimigo chamado paixão.

2 comentários:

Vitor Vieira disse...

Não quero ser pessimista (de novo), mas essa guerra todos nós já perdemos faz tempo.

Joyce Gomes disse...

Eu adoro o teu blog,guri. Parabéns.
Seguindo-te. Beijão.

http://pequenasevidenciasdoamor.blogspot.com.br/